Publicado em 10/04/2025 por Daniel Ferraz em Controle.click
Baseado em referências de Paul Graham, experiências neurodivergentes e reflexões de rotina prática. —>Paul Graham - Maker's Schedule, Manager's Schedule
Você já se sentiu produtivo, concentrado, com ideias fluindo... até lembrar que tem uma reunião às 15h? E aí, pronto: a vontade de mergulhar numa tarefa mais densa evapora.
Isso acontece com muita gente — principalmente com quem cria algo do zero. Programadores, designers, escritores, editores, redatores, músicos... todos eles vivem o que Paul Graham chamou de:
O conceito é simples, mas poderoso.
O conflito aparece quando os dois mundos se cruzam. Uma reunião de 30 minutos no meio da tarde pode inviabilizar 4 horas de foco real. Porque a criação exige preparo, imersão e continuidade — e não se retoma com um “onde eu estava mesmo?”.
Se você é neurodivergente (TDAH, autismo, altas habilidades...), essa mudança de contexto não só atrapalha, como dói.
Você pode precisar de silêncio, rituais, estímulos específicos — ou o oposto, dependendo do dia. Uma simples pergunta como "você pode ver isso rapidinho?" pode quebrar completamente o estado de fluxo mental.
“É só mudar o botão.” “É só rodar esse script.” “É só corrigir isso.”
Quem desenvolve ou cria ouve isso com frequência.
Mas cada "só" pode envolver diversas camadas, testes, e decisões. O prazo é o mesmo — mas o terreno muda. Criar soluções não é como montar peças. É como andar em um labirinto que muda enquanto você caminha.
Com base em tudo que li, vivi e que começou a fazer sentido no meu dia a dia, resolvi transformar teoria em prática.
Criei uma ferramenta experimental — ainda em teste, mas já essencial na minha rotina — chamada Painel de Foco.
Não é um app pronto. Não é um produto pra lançar. É uma interface que eu mesmo uso, e fui construindo aos poucos, para tentar entender como minha mente funciona... e trabalhar com ela, não contra ela.
Misturei ideias do conceito de Maker’s Schedule com minha vivência como pessoa neurodivergente, somando técnicas de automação com IA para observar padrões, medir desempenho e reorganizar tarefas de acordo com o meu estado emocional e mental.
O que incluí nesse painel:
Ainda estou observando. Ainda estou aprendendo. Mas até aqui, tem funcionado como uma espécie de “bússola mental” — me lembrando que foco não é rigidez, é escolha com respeito ao que sou.
Se fizer sentido pra você também, que bom. Mas acima de tudo: fez sentido pra mim.
Se você lidera, colabora ou convive com alguém criativo, comece por aqui: olhe menos para o relógio, e mais para o modo mental.
A produtividade não está em fazer mais coisas. Está em fazer bem aquilo que importa.